“Devemos mudar? Podemos mudar? Mudaremos?” Com essas três perguntas, o ex-vice-presidente norte-americano Al Gore inicia sua apresentação no treinamento para a formação de líderes do clima, por meio do The Climate Reality Project, uma organização não governamental criada por ele e que atua com educação e advocacy relacionados à mudança climática. As perguntas são a introdução para as três partes de sua explanação – a realidade climática, que precisa ser enfrentada; as tecnologias já existentes, que permitem uma mudança econômica, de infraestrutura e de mentalidade para um mundo mais sustentável; e os movimentos já feitos neste sentido.
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O treinamento foi realizado pela equipe da Bem Comunicar em diferentes edições. A Karen Tada, uma das fundadoras, participou da edição que aconteceu no Rio de Janeiro, em 2014. Agora, eu tive a oportunidade de fazer parte de uma das duas turmas de 2020 que receberam toda a formação on-line. O objetivo do programa é capacitar pessoas de diferentes países no tema para que possam ser multiplicadores desse conhecimento, das mais diversas formas – por meio de palestras, apresentações com o apoio e material do The Climate Reality Project, ações de advocacy ou mesmo transformando o conhecimento em boas práticas para empresas. Para isso, traz dados científicos atualizados sobre as mudanças climáticas, impactos perceptíveis no mundo e alternativas econômicas e tecnológicas já disponíveis para que possamos ter uma economia verde. Para nós, da Bem Comunicar, esses treinamentos são uma forma de nos atualizarmos e de aprimorarmos o entendimento de como estão os desafios globais nesse tema.
Como muitos já sabem, Al Gore foi vice-presidente dos Estados Unidos no governo de Bill Clinton (1993 a janeiro de 2001) e candidato a presidente no ano 2000, quando perdeu para George W. Bush em uma eleição marcada por uma polêmica recontagem de votos. Em 2007, compartilhou o Prêmio de Nobel da Paz com o IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change, ou Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas).
Oportunidade para empreendedores
Talvez nos Estados Unidos as pessoas tenham, de cabeça, muito mais a acrescentar no currículo deste norte-americano de 72 anos, mas no Brasil ele é mais famoso por ter lançado, em 2006, o documentário Uma Verdade Inconveniente e, em 2017, sua sequência que, por aqui, ganhou o título de Uma Verdade (mais) Inconveniente.
O título deste texto brinca com o do filme, mas o assunto é sério e de interesse de qualquer empreendedor. Em 2006, a crise climática era vista como uma verdade inconveniente por conta das mudanças que ela exigia para uma economia de baixo carbono, com tecnologias e matérias-primas de menor emissão de CO2 e redução do uso de combustíveis fósseis. Agora, ela está cada vez mais evidente (mesmo para os negacionistas climáticos), demonstrada por meio de dados científicos detalhados. Se, por um lado, representa um desafio para pequenas e médias empresas, já que essa transição significa mudanças na criação e em processos de produtos e serviços, pode ser uma oportunidade para inovar e crescer.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho, foram perdidos o equivalente a 400 milhões de empregos de tempo integral com a pandemia de Covid-19. A necessidade de gerar novos postos, oportunidades e negócios pode – e deve – impulsionar uma economia mais verde.
Este é o momento para ideias e investimentos em serviços e produtos ambiental e socialmente responsáveis, processos com menos desperdício de água e energia, matérias-primas que emitem menos gases de efeito estufa.
Talvez sua startup ou empresa não trabalhe diretamente com serviços e produtos que ajudem a solucionar um problema ambiental como a emissão de gases de efeito estufa ou destinação de resíduos. Isso não significa, entretanto, que seu negócio não faça nada pelo meio ambiente. Já parou para pensar seus processos? Serviços? Será que já não estão inseridos na economia verde?
Quer conversar sobre isso? É para isso que a equipe da Bem Comunicar está sempre se capacitando. Queremos ajudar você a contar essa história.